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Indução de Status Epilepticus por meio da Pilocarpina |
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Por
Simone Bittencourt |
Grande parte do entendimento sobre os mecanismos das epilepsias vem de
estudos em modelos experimentais animais, principalmente em ratos e
camundongos. A administração de pilocarpina em roedores mimetiza a ELT de
humanos e recebe geralmente o nome de “modelo da pilocarpina”. Esse modelo
foi desenvolvido em 1983 por Turski e colaboradores, e é hoje um dos mais
utilizados modelos de epilepsia, tendo em vista que suas características
histológicas, bioquímicas, farmacológicas, eletrofisiológicas e
comportamentais
(Turski et al., 1983) reproduzem similarmente as encontradas em humanos
portadores de ELT. A pilocarpina (comumente chamada Pilo) é um alcalóide
extraído das folhas da planta jaborandi (Pilocarpus jaborandi), a
qual possui propriedades colinérgicas capazes de induzir status
epilepticus,
culminando
com lesões encefálicas específicas e movimentos estereotipados
convulsivantes. A Pilo é capaz de induzir status epilepticus tanto
administrada diretamente no encéfalo como por via intraperitonial. |
Indução do SE, por adiministração intraperitonial: |
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Administra-se uma dose de hidrocloreto de pilocarpina (320 mg/Kg,
intraperitonial, Merck) dissolvida em 0,9% de salina estéril, para indução
do SE
(Turski et al., 1983).
Brometo de metil-escopolamina (1 mg/Kg, intraperitonial, Sigma) deve ser
administrado 10 minutos antes da administração da pilocarpina, para inibir a
ação colinérgica da pilocarpina em nível periférico, permitindo dessa forma,
a ação da droga somente no sistema nervoso central, mais especificamente nos
receptores muscarínicos. As crises
convulsivas motoras e límbicas iniciam-se cerca de 15-25 minutos após a
injeção de Pilo. Os animais evoluem para um estado de crises contínuas
(clônicas), que caracterizam o SE
(Sanabria e Cavalheiro, 2000).
Cerca de 90 minutos após o início do SE, administra-se tionembutal
(Abbott, 25 mg/kg, intraperitonial), o que diminui significativamente a taxa
de mortalidade. Por 2 a 3 dias imediatamente após o SE, os animais
devem ter cuidados especiais; são alimentados com frutas para permitir um
melhor restabelecimento e quando necessário, administrado soro fisiológico
por via oral e/ou intraperitonial. Esses cuidados reduzem significantemente
a taxa de mortalidade, de maneira que cerca de 70% dos animais sobrevivem. |
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Referências Bibliográficas: |
Sanabria ERG, Cavalheiro EA. (2000). Epileptogênese: contribuição dos
modelos experimentais. In: Epilepsia (Guerreiro, CAM; Guerreiro, MM; Cendes,
F; Lopes-Cendes, I; eds), pp 29-57. São Paulo: Lemos Editorial.
Turski, WA; Cavalheiro, EA; Schwarz, M; Czuczwar, SJ; Kleinrok, Z; Turski,
L. (1983).
Limbic seizures produced by pilocarpine in rats: a behavioural,
electroencephalographic and neuropathological study, Behav. Brain Res.
9;315-35.
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